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5 animais mais incríveis que você pode encontrar no mar

  • larotnz
  • 6 de abr. de 2022
  • 12 min de leitura

Atualizado: 18 de abr. de 2022

Já imaginou mergulhar e encontrar uma tartaruga? Elas são magnificas e centenárias...


Reino Animalia Filo Chordata Classe Reptilia Ordem Testudines Famílias Cheloniidae e Dermochelyidae

As tartarugas marinhas são animais aquáticos e marinhos, subdivididos em duas famílias: a Cheloniidae e Dermochelyidae. Nesta, encontramos uma única espécie: a tartaruga de couro (Dermochelys coriacea), nome este que se refere à presença de tecido semelhante a couro, ao invés de carapaça coberta por placas. Já na Família Cheloniidae, encontramos animais com tal escudo protetor, com essas caraterísticas, sendo eles: tartaruga de pente (Eretmochelys imbricata), aruanã (Chelonia mydas), oliva (Lepidochelys olivacea), cabeçuda (Caretta caretta), tartaruga-flatback (Natator depressus) e kemps ridley (Lepidochelys kempii). Todas elas, exceto as duas últimas, são encontradas no Brasil.

Machos e fêmeas são muito semelhantes entre si, podendo ser diferenciados, a olho nu, somente na fase adulta: momento este em que os machos apresentam rabo e unhas bastante desenvolvidos. A maioria destes animais é onívora, embora algumas consumam unicamente alimentos de origem animal.

São seres migratórios, retornando à praia onde nasceram na época de reprodução, a fim de depositar ali seus ovos. No litoral, este período perdura os meses de setembro a março; e nas ilhas oceânicas, de janeiro a junho: local e época em que a aruanã desova. Aproximadamente dois meses depois, os ovos começam a eclodir; e os filhotes saem de seus ninhos em direção à água. A tartaruga oliva atinge a maturidade sexual entre os dez e quinze anos; enquanto as demais, por volta dos vinte a trinta anos de vida.

Apesar de uma única tartaruga ser capaz de depositar um grande número de ovos, somente 0,1% dos filhotes conquistarão a vida adulta. Nos primeiros momentos de sua vida, já estão sujeitos à predação por aves, lagartos e caranguejos; e também por animais carnívoros encontrados no mar. Quando adultos, podem ser capturados por seres humanos, visando à utilização de sua carne e ovos na alimentação; e sua carapaça na confecção de artefatos. Indiretamente, a poluição, destruição de hábitats, acúmulo de material plástico no mar, pesca acidental, dentre outros fatores, são responsáveis pela morte de tais animais, elucidando o porquê de todas as espécies terem suas populações em declínio.


Observe abaixo o status de conservação de cada uma, segundo a IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais):

Dermochelys coriacea - criticamente ameaçada Eretmochelys imbricata – criticamente ameaçada Chelonia mydas - em perigo Lepidochelys olivacea - vulnerável Caretta caretta – em perigo Natator depressus – dados insuficientes Lepidochelys kempii – criticamente ameaçada

Uma notícia positiva é que, desde 1980, existe o Programa Brasileiro de Conservação das Tartarugas Marinhas, também conhecido por Tamar, vinculado à Diretoria de Biodiversidade do Instituto Chico Mendes da Biodiversidade-ICMBio, responsável pelo estudo e conservação destas espécies.

A luta e conquista de áreas prioritárias para a conservação e medidas efetivas para garantir a qualidade dos ambientes em que estas espécies estão relacionadas, ajudam também na proteção a outras formas de vida que coexistem com as tartarugas marinhas.

Por Mariana Araguaia Graduada em Biologia




Tubarão-baleia




Com porte e coloração notáveis, o tubarão-baleia representa a maior espécie de peixe do mundo. Entretanto, de assustador, este gigante não tem nada: ao contrário da maioria das espécies, o tubarão-baleia atua como um filtrador, alimentando-se de plâncton e pequenos peixes como anchovas e sardinhas.


Anatomia

De tamanho notável (pode alcançar até 12 m de comprimento e peso de 12,5 toneladas) e aparência semelhante à de uma baleia (que inspirou o nome vulgar da espécie), o tubarão-baleia (Rhincodon typus) caracteriza-se por uma cabeça achatada e boca grande, cuja abertura pode atingir até 1,5 m, quase a largura total de seu corpo. Este peixe possui olhos pequenos, atrás do qual encontram-se espiráculos, além de cinco fendas branquiais em cada lado da cabeça. Sua coloração singular consiste em uma de suas características mais marcantes: o dorso e laterais variam entre tons cinza e azul escuro, pontuados por manchas claras redondas, enquanto a região dorsal é predominantemente branca. Os padrões observados para as manchas revelam, inclusive, os diferentes indivíduos de uma população, sendo utilizados para a identificação destes animais. O tubarão-baleia apresenta cerca de 300 pequenos dentes em sua boca, cuja função permanece desconhecida, e 10 pares de órgãos filtradores, que auxiliam na alimentação deste condricte. Este peixe também possui um par de nadadeiras dorsais (entre as quais, a primeira é maior do que a segunda) e peitorais, além de uma nadadeira caudal em forma de meia-lua.

Ecologia O tubarão-baleia distribui-se pelos grandes oceanos, habitando regiões tropicais e temperadas, com exceção do Mar Mediterrâneo. Este peixe pode ser encontrado em águas rasas e profundas, especialmente na linha de costa de países como o México, Austrália e Filipinas (tem preferência por águas mais quentes). Geralmente solitário, o tubarão-baleia pode ser avistado em grupos de até 100 indivíduos nas áreas de alimentação (locais com grandes concentrações de plâncton). Durante a primavera, estes animais realizam longas migrações para a costa da Austrália com fins reprodutivos e alimentares, podendo deslocar-se também em resposta às condições ambientais. Extremamente dóceis e inteligentes, estes peixes não representam perigo para os seres humanos, permitindo uma aproximação ocasional. Alimentação A alimentação do tubarão-baleia consiste principalmente de plâncton e outros pequenos organismos como lulas, caranguejos e peixes, ingeridos através do método de sucção e filtração. Estes tubarões nadam com a boca aberta por manchas de plâncton, sugando suas presas através do bombeamento exercido pelas brânquias; esta técnica denomina-se “filtragem de fluxo cruzado”, e também é utilizada pelas baleias de barbatana (Ordem Mysticeti). Após este processo, o tubarão-baleia fecha sua boca, retendo o plâncton em seus órgãos filtradores (que apresentam formato semelhante à pequenas almofadas), expelindo o excesso de água através de suas brânquias. Reprodução Poligâmicas (possuem vários parceiros sexuais) e ovovivíparas (ovos são chocados e eclodem dentro do corpo materno), as fêmeas de tubarão-baleia alcançam a maturidade sexual por volta dos 30 anos de idade, e dão à luz filhotes que apresentam entre 40-60 centímetros de comprimento. O número de filhotes que nascem a cada estação reprodutiva é incerto, porém acredita-se que seja alto, vide a captura de uma fêmea grávida que continha 300 ovos em seu útero. O nascimento da prole também não ocorre simultaneamente: a fêmea de tubarão-baleia possui a capacidade de armazenar esperma, podendo desenvolver novos embriões ao longo de diferentes temporadas reprodutivas. Ameaças A demanda pela carne, nadadeiras (utilizadas na produção de sopas afrodisíacas e medicinais) e o óleo dos tubarões-baleia, espécie altamente valorizada pelo mercado internacional, representa uma das principais ameaças à conservação destes animais, junto à pesca não-regulamentada. Esta espécie também é vítima do bycatch (captura acidental por embarcações pesqueiras), estando atualmente classificada como ameaçada de extinção pela Lista Vermelha da IUCN. Embora em menor escala, o turismo de observação também pode ser estressante para estes animais, visto que interrompe sua alimentação, além de causar ferimentos devido às hélices presentes nos barcos. Por isso, países que abrigam populações de tubarão-baleia como a Austrália e Filipinas, regularizaram esta atividade. Nas Filipinas, a caça de tubarões-baleia também é proibida desde 2002. Referências bibliográficas: Arkive. http://www.arkive.org/whale-shark/rhincodon-typus/ National Geographic: Whale Sharks. http://www.nationalgeographic.com/animals/fish/w/whale-shark/ Sharks World. http://www.sharks-world.com/whale_shark/ The IUCN Red List of Threatened Species. http://www.iucnredlist.org/details/19488/0 WWF Global. https://www.worldwildlife.org/species/whale-shark Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/peixes/tubarao-baleia/

Arquivado em: Peixes

Por Joice Silva de Souza Mestre em Dinâmica dos Oceanos e da Terra (UFF, 2016) Graduada em Biologia (UNIRIO, 2014)


Raia Manta, a gigante voadora!


As arraias-jamanta ou raias-manta estão entre os maiores peixes cartilaginosos do oceano. Os peixes cartilaginosos (Classe Chondrichthyes) são animais que não possuem um esqueleto formado por ossos, mas por cartilagem. Essa classe engloba tubarões, raias e quimeras, incluindo as raias-manta, animais fantásticos, gigantescos e extremamente pacíficos que parecem voar no mundo submerso com seus movimentos lentos e precisos.


BIOLOGIA DAS JAMANTAS

Antes de 2009, todas as espécies de raias-manta eram classificadas como Mobula birostris (raia-manta oceânica), mas houve uma separação taxonômica graças à observação de diferentes comportamentos entre grupos de animais. As mantas-de-recife (Mobula alfredi) são normalmente encontradas em tamanhos que variam de 2,5 m a 5,5 m de comprimento e vivem nos arredores de ilhas e recifes rasos (águas ricas em matéria orgânica), supostamente para evitar águas frias. Podem ser observadas apenas no Oceano Índico e no oeste do Oceano Pacífico Sul, não mudam de área tão frequentemente quanto suas parentes e possuem uma ótima capacidade de orientação para voltar aos seus locais de aglomeração e reprodução. As principais características que diferenciam a manta-oceânica da manta-de-recife são o tamanho e o peso, mas também pode ser observado que a Mobula birostris possui nadadeiras peitorais ligeiramente mais alongadas.

Com costumes um pouco diferentes das mantas-de-recife, temos as mantas-oceânicas (Mobula birostris). Esses animais são migratórios e podem ser encontrados por todo o mundo nas regiões tropicais, subtropicais e temperadas, chegam a 7 metros e quase duas toneladas. O padrão de coloração dessas raias varia muito de indivíduo para indivíduo. Enquanto alguns podem apresentar uma coloração totalmente branca na região ventral, outros podem ser totalmente pretos, ou com manchas escuras, como podemos ver na imagem. O mesmo vale para a parte dorsal dos animais, que pode ser totalmente escura ou pode apresentar manchas brancas. CLASSIFICAÇÃO TAXONÔMICA Classe: Elasmobranchii Ordem: Myliobatiformes Família: Myliobatidae Gênero: Mobula Espécies: Mobula birostris Mobula alfredi ALIMENTAÇÃO E PREDAÇÃO Essas raias se alimentam basicamente de plâncton pelo sistema de filtração (um fato curioso é que essas são as únicas espécies de raia conhecidas que se alimentam dessa forma), onde o indivíduo abre sua boca enquanto nada, filtrando uma enorme quantidade de água e capturando o plâncton que fica preso em suas brânquias durante esse processo. Os principais predadores deste animal enorme são as baleias-orca e alguns grandes tubarões, como o tubarão-tigre (Galeocerdo cuvier), tubarão-cabeça-chata (Carcharhinus leucas) e o tubarão-martelo (Sphyrna spp.). SITUAÇÃO DA POPULAÇÃO ATUAL As raias-manta estão classificadas como “vulneráveis” na lista de ameaça da União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN), que monitora o status de conservação das populações de espécies pelo mundo inteiro. O principal desafio dessas gigantes é a pesca desenfreada em busca de suas nadadeiras, que são usadas na medicina tradicional chinesa, baixa taxa de reprodução e também a destruição de habitat natural, que reduz suas áreas de reprodução e aglomeração. Como as leis de proteção para as jamantas são consideravelmente novas em relação a outros animais e por não haver tanta fiscalização em relação às mesmas, as populações dessas espécies continuam diminuindo sob essa ameaça. Mas a divulgação científica tem o papel de reverter essa situação, ajudando as pessoas a enxergarem que um animal desse vale muito mais vivo. Graças à sua beleza, as raias-manta são muito procuradas para o turismo de mergulho, que traz muitas vantagens sócio-econômicas para as sociedades locais. Afinal, quem não gostaria de estar lado a lado com essa gigante pacífica? Bibliografia FROESE, R. & PAULY, D. Editors. (2020). FishBase. Mobula birostris (Walbaum, 1792). Disponível em: World Register of Marine Species em: <http://www.marinespecies.org/aphia.php?p=taxdetails&id=1026118>. Acesso em: 23 mai. 2020. FROESE, R. & PAULY, D. Editors. (2020). FishBase. Mobula alfredi (Krefft, 1868). Disponível em: World Register of Marine Species em: <http://www.marinespecies.org/aphia.php?p=taxdetails&id=1042871>. Acesso em: 23 mai. 2020. MILLER, M.H. & KLIMOVICH, C. 2016. Relatório de Revisão do Status da Lei de Espécies Ameaçadas: Raia Manta Gigante (Mobula birostris) e Raia Manta do Recife (Mobula alfredi). Projeto de relatório ao Serviço Nacional de Pesca Marinha, Escritório de Recursos Protegidos, Silver Spring, MD. Dezembro de 2016. 127 pp. Disponível em: <https://www.cio.noaa.gov/services_programs/prplans/pdfs/ID353_FinalWorkProduct_MantaRay.pdf>


Por: Nicholas Negreiros, Mariana P. Haueisen, Thais R. Semprebom e Douglas F. Peiró https://www.bioicos.org.br/post/animais-curiosos-arraia-jamanta-a-gigante-voadora


Cavalo-marinho


O cavalo-marinho é um peixe ósseo encontrado nos recifes de regiões tropicais e subtropicais de todo o planeta, normalmente em águas rasas, e pertence à família Syngnathidae e ao gênero Hippocampus. No Brasil, é representado por duas espécies, Hippocampus reidi e Hippocampus erectus, sendo a primeira a mais abundante.

Esse peixe possui cabeça alongada que lembra um pequeno cavalo, olhos que se movem de forma independente e grande capacidade de camuflagem. Sua cauda permite que ele se agarre às plantas aquáticas e algas, o que ajuda no momento de descanso, camuflagem e captura de alimento. Ele locomove-se atráves de movimentos ondulatórios de suas nadadeiras dorsais, por isso precisa de ambientes calmos.

Alguns trabalhos afirmam que certas espécies mudam de habitat e profundidade à medida que crescem, sendo encontrados indivíduos maiores em áreas mais fundas. Além disso, a intensidade das ondas também interfere na ocorrência do cavalo-marinho em certas profundidades, principalmente porque ele está mais adaptado à vida bentônica.

O cavalo-marinho possui uma cauda que permite que ele se agarre ao substrato

Através de aspiração, ele alimenta-se de pequenos animais, uma vez que sua boca é extremamente pequena. Dentre os seres que fazem parte de sua dieta, podemos destacar as pulgas-da-praia e os pequenos camarões.

Em algumas espécies, há a formação de pares que duram por vários períodos reprodutivos, o que sugere um padrão monogâmico. A reprodução desse peixe é, sem dúvidas, o aspecto mais interessante de sua biologia, uma vez que é o macho quem fica grávido.

No cavalo-marinho, há uma bolsa incubadora especializada no macho onde a fêmea coloca seus ovócitos, que posteriormente serão fertilizados pelos espermatozoides dele. Inicia-se então o desenvolvimento no interior do corpo do macho, e a gestação dura entre 9 e 69 dias. Passado o período de gestação, nascem aproximadamente trezentos cavalos-marinhos, que possuem em média 2 milímetros de comprimento.

Atenção! Os cavalos-marinhos correm grande risco de extinção, uma vez que a exploração comercial é muito grande e seu habitat é cada vez mais degradado. No nosso país, esse animal é muito vendido para compor aquários e na forma de animal seco para diversas outras finalidades, entre elas, decoração.


Tubarão


Retratados em inúmeras obras cinematográficas, dentre as quais destaca-se o clássico Tubarão, os tubarões povoam o imaginário popular como predadores vorazes, impiedosos e sanguinários. Tal imagem tornou-se um obstáculo para sua preservação, apesar da extrema importância que estes animais apresentam para o equilíbrio da comunidade oceânica.

Os tubarões e o homem

Em 25 de Dezembro de 1975, estreava nos cinemas um dos maiores clássicos de suspense já produzidos em Hollywood: Tubarão (com título original em inglês, Jaws), dirigido pelo renomado cineasta Steven Spielberg. De lá pra cá, várias obras cinematográficas (mais de 50) foram produzidas utilizando estes animais como protagonista. A semelhança entre estas? O terror imposto pelos tubarões, assassinos impiedosos e vorazes, às suas vítimas. Tal cenário criou uma onda de terror associada à estes peixes, a qual, aliada à ocorrência de alguns ataques, gerou uma repercussão negativa que persiste até os dias atuais, dificultando a conservação destes animais.

A falta de empatia e consciência ambiental por parte da população humana facilitou a caça desenfreada dos tubarões (cerca de 100 milhões de exemplares por ano), incluindo a prática cruel do shark finning. Esta técnica envolve a captura de tubarões para extração de suas barbatanas, utilizadas na elaboração de sopas, enquanto estes animais ainda estão vivos. Posteriormente, seus corpos são descartados na água levando o tubarão ao afogamento por asfixia, já que este não consegue nadar para estimular a circulação de água em suas brânquias. A prática do finning foi proibida nos Estados Unidos no ano de 2000, país que também liderou a criação do Shark Conservation Act em 2010. Entre as medidas descritas neste documento, pode-se citar a fiscalização de barcos pesqueiros para o exame das carcaças, isto é, se houve mutilação dos exemplares capturados (retirada das barbatanas). Recentemente, com a conscientização sobre o estado atual das espécies de tubarão, estes animais passaram a ser positivamente retratados em filmes infantis, sendo alvo também de várias campanhas de proteção e iniciativas de ecoturismo (principalmente voltadas para o mergulho) ao redor do mundo. Entretanto, medidas conservacionistas mais eficazes ainda precisam ser adotadas a fim de evitar a extinção de várias espécies. Principais características Os tubarões pertencem à classe dos Chondrichthyes, formada por peixes que possuem esqueleto cartilaginoso, mais leve e flexível que o ósseo. Estes animais respiram através de uma série de fendas branquiais (geralmente entre 5-7) localizadas na lateral do corpo, e representam um dos mais sofisticados predadores do reino animal. As escamas que recobrem sua pele, por exemplo, não se assemelham às estruturas presentes em peixes tradicionais, tratando-se de escamas placóides (ou dentículos dérmicos), as quais apresentam formato similar ao de dentes, que se sobrepõem formando a pele destes animais. Estas estruturas são constituídas por dentina e esmalte de alta resistência, e auxiliam no desempenho hidrodinâmico através da redução de atrito com a água. Os tubarões também apresentam múltiplas fileiras de dentes serrilhados, que são trocados periodicamente, e desempenham um papel essencial para a obtenção de alimento, assim como as ampolas de Lorenzini. Esta estrutura é formada por uma rede de canais (i.e. poros) localizados no focinho destes peixes, que atuam como receptores sensíveis à mudanças de temperatura, salinidade e pressão d’água, além de detectar campos elétricos sutis, gerados por possíveis presas como peixes e alguns mamíferos marinhos. Este sistema sensorial conferiu ao grupo um extraordinário poder olfatório, visto que algumas espécies de tubarões conseguem detectar suas presas em uma proporção de 1 parte em 10 bilhões. Além de contribuir para a dieta dos tubarões, as ampolas de Lorenzini também parecem influenciar sua reprodução: é através desta estrutura que os machos conseguem identificar os feromônios das fêmeas, localizando assim, possíveis parceiros sexuais. Estes animais apresentam fecundação interna, que ocorre através da introdução do clásper (órgão sexual masculino) no oviduto da fêmea, onde acontece a liberação do esperma. O desenvolvimento embrionário pode ocorrer de forma interna ou externa: algumas espécies como o tubarão-azul são vivíparas (i.e. embrião se desenvolve dentro da mãe, alimentando-se pela placenta), enquanto outras como o tubarão-zebra consistem em espécies ovíparas (i.e. embrião se desenvolve em ovos, fora do corpo materno). Por fim, o temido tubarão-branco representa as espécies ovovivíparas, cujos ovos eclodem dentro do corpo materno, que não apresenta nenhuma ligação com os filhotes (i.e. placenta). Desta forma, a nutrição destes animais consiste na ingestão de ovos não-fertilizados. O processo de digestão, por sua vez, é facilitado pela válvula em espiral presente no intestino dos tubarões, a qual é responsável por retardar a passagem do alimento consumido, aumentando a área de absorção do intestino. Outra particularidade destes animais consiste no controle da flutuabilidade. A ausência de bexiga natatória permite a livre movimentação dos tubarões entre a superfície e altas profundidades, sendo seu grande e oleoso fígado, o principal órgão associado à sua flutuação. As nadadeiras peitorais também auxiliam nesta atividade, desempenhando papel similar às asas de um avião. Importância Estima-se que mais de 465 espécies de tubarão habitem os oceanos ao redor do mundo, dentre as quais 88 encontram-se associadas à costa brasileira. Estes animais desempenham um papel crucial para o equilíbrio do ecossistema marinho, visto que atuam como predadores de topo, regulando toda a cadeia trófica; sua extinção provocaria, inclusive, um poderoso efeito cascata nas teias alimentares oceânicas, uma vez que regulam as populações de presas, além de manter a saúde nos oceanos através da ingestão de animais doentes, feridos e mortos (papel semelhante ao desempenhado pelos urubus no ambiente terrestre). Apesar de persistirem há 150 milhões de anos, sobrevivendo até mesmo ao fim da era dos dinossauros, os tubarões vêm enfrentando, há pelo menos 25 anos, sua maior ameaça: a sobre-pesca motivada pela ignorância humana. Atualmente, mais de 20 espécies encontram-se listadas como ameaçadas de extinção pela Lista Vermelha da IUCN.

Referências bibliográficas: American Museum of Natural History: Sharks and rays – Myth and Reality. http://www.amnh.org/learn/pd/sharks_rays/rfl_myth/index.html Animal Welfare Institute: Shark Conservation Act. https://awionline.org/content/shark-conservation-act Defenders of Wildlife: Factsheet Sharks. http://www.defenders.org/sharks/basic-facts Enchanted Learning: Sharks. http://www.enchantedlearning.com/subjects/sharks/anatomy/Repro.shtml Sharks World. http://www.sharks-world.com/shark_hunting/ Tubarões no Brasil: Guia prático de identificação. Szpilman, M. (2004). Rio de Janeiro: Mauad, 1, 160.

Mestre em Dinâmica dos Oceanos e da Terra (UFF, 2016) Graduada em Biologia (UNIRIO, 2014)




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